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INCLUSÃO SOCIAL


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Com pobre no orçamento, paredão da desigualdade começou a ruir: renda dos mais pobres cresceu mais do que a dos mais ricos

A combinação de crescimento econômico, estabilidade monetária e redução da desigualdade social extrema foi uma marca dos governos progressistas

Com Lula e Dilma, o Brasil cresceu com distribuição de renda, saiu do mapa mundial da fome e promoveu a inclusão e a ascensão social de milhões de brasileiros. Como nunca antes na história.

Há algo que une três momentos distintos da vida política nacional nas últimas décadas do século 20 – o boom do crescimento econômico durante a década de 1970, os anos de estagnação logo após a redemocratização e o período do neoliberalismo e das privatizações. Nestes períodos, a desigualdade de renda e a falta de oportunidades de ascensão social nunca foram atacadas de frente, nunca estiveram na agenda prioritária. Isso começou a mudar a partir de 2003.

Os governos do PT implementaram uma política consistente de transferência de renda. Destaca-se a criação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em 2005, que se espalhou pelo Brasil com 18 mil unidades públicas e atendimento a mais de 20 milhões de pessoas por mês. Aliam-se a esse alargamento da proteção social os aumentos expressivos do salário mínimo, o estímulo ao consumo interno com expansão e barateamento do crédito e o acesso ampliado à moradia, à saúde e à educação, que tornaram realidade algo que por muito tempo foi considerado impossível por vários governos: a combinação de crescimento econômico, estabilidade monetária e redução da desigualdade social extrema que marcou a história do Brasil desde o período colonial.

Milhões de brasileiros como a cearense Antônia Aurenice Alves mudaram de vida com as políticas de transferência de renda e acesso a crédito. | Foto: Eduardo Aigner/MDS

Milhões de brasileiros como a cearense Antônia Aurenice Alves mudaram de vida com as políticas de transferência de renda e acesso a crédito. | Foto: Eduardo Aigner/MDS

Quem não se lembra da época em que outros governos evitavam até reajustar o salário-mínimo pela inflação, sob o argumento de que isso ameaçaria a estabilidade econômica?

Antes dos governos do PT, a miséria e a exclusão social pareciam fenômenos naturais, impossíveis de serem transformados por decisões políticas e programas governamentais. Lula e Dilma mudaram a cultura de décadas de crescimento sem distribuição ou de fé cega na capacidade do livre mercado. Com a implementação de políticas econômicas e sociais inclusivas, 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza, graças ao Bolsa Família, à geração de emprego e renda, ao incentivo à agricultura familiar e ao desenvolvimento regional. Mas as políticas de inclusão foram além: 42 milhões de brasileiros ascenderam à classe C.

Renda dos mais pobres cresceu mais do que a dos mais ricos

Crescimento da renda dos 20% mais pobres foi de 84% acima da inflação

Se é verdade que todos os segmentos sociais tiveram ganho de renda nos últimos anos, pela primeira vez em décadas os mais pobres se tornaram prioridade: entre 2002 e 2015, enquanto a renda média domiciliar per capita da população aumentou 38% acima da inflação, a dos 20% mais pobres cresceu 84%, e a dos 20% mais ricos obteve incremento de 23%, segundo estudo publicado em 2017, coordenado pela ex-ministra Tereza Campello, que utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE). Durante os governos Lula e Dilma, o muro da desigualdade, que parecia intransponível, começou a ser superado.

Depois de 2016, a renda per capita caiu 7%, atingindo todos os estratos de renda.

Política de inclusão sofreu ataques das elites do país

Lula e Dilma enfrentaram o preconceito e a resistência da parte da sociedade que sempre teve privilégios

Quem apostou que o Bolsa Família iria estimular a preguiça e o ócio, errou: os recursos do programa aqueceram o mercado e mais de 70% dos beneficiários adultos trabalhavam, além de 1,7 milhão que se qualificaram por meio do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), melhorando as chances de conseguir se inserir no mundo do trabalho. Então, os adversários passaram a repetir que o acesso fácil ao crédito iria endividar a população, como se o povo não soubesse o que fazer com seu dinheiro. Erraram de novo: as pesquisas mostraram que a população de baixa renda soube controlar seus gastos.

Depois, disseram que a garantia de novos direitos trabalhistas causaria desemprego em massa para as empregadas domésticas. Não aconteceu nada disso. Era só chantagem de quem encara as mulheres pobres como mão de obra fácil e barata. Para colocar em prática as políticas de inclusão social, Lula e Dilma tiveram que enfrentar o preconceito e a resistência da parte da sociedade que sempre teve acesso a todos os bens e serviços e tentaram manter no Brasil o enorme fosso que sempre existiu entre pobres e ricos. A diferença é que a ampla maioria dos brasileiros não aceitou retroceder. Com os governos progressistas, eles sabiam que crescimento podia, sim, rimar com direitos sociais e oportunidades para todos.

Bolsa Família mudou o Brasil

Até abril de 2016, o programa Bolsa Família atendeu 13,9 milhões de famílias, com gastos de apenas 0,45% do PIB.

Aspas PALAVRA DO LULA

Combate à desigualdade começou com a eliminação da fome

“O Brasil industrializou-se e forjou um notável e diversificado parque produtivo, mas não venceu a fome. Isso não pode continuar assim. Enquanto houver um irmão brasileiro ou uma irmã brasileira passando fome teremos motivos de sobra para nos cobrirmos de vergonha... Se ao final do meu mandato todos os brasileiros tiverem a possibilidade de tomar café da manhã, almoçar e jantar, eu terei cumprido a missão da minha vida.”

Presidente Lula no discurso de posse no Congresso Nacional, 1º de janeiro de 2003

Desenvolvimento com inclusão social

“Se governei bem é porque antes de me sentir um chefe de Estado me senti um chefe de família que sabia das dificuldades dos seus irmãos para colocar comida na mesa, para dar escola para seus filhos... Se governamos bem foi principalmente porque conseguimos nos livrar da maldição elitista que fazia com que os dirigentes políticos deste grande país governassem para apenas um terço da população e se esquecessem da maioria do seu povo que parecia condenada à miséria e ao abandono eternos. Mostramos que é possível e necessário governar para todos... Construímos juntos um projeto de nação baseado no desenvolvimento com inclusão social.”

Presidente Lula no pronunciamento de despedida em cadeia de rádio e TV, 23 de dezembro de 2010

Aspas PALAVRA Da Dilma

Uma nação plena de compromisso social

“Reduzimos sobretudo a nossa dívida social, a nossa histórica dívida social, resgatando milhões de brasileiros da tragédia da miséria e ajudando outros milhões a alcançarem a classe média. Mas, em um país com a complexidade do nosso é preciso sempre querer mais, descobrir mais, inovar os caminhos e buscar sempre novas soluções. Só assim poderemos garantir aos que melhoraram de vida, que eles podem alcançar mais e provar aos que ainda lutam para sair da miséria que eles podem, com a ajuda do governo e de toda a sociedade, mudar de vida e de patamar. Que podemos ser, de fato, uma das nações mais desenvolvidas e menos desiguais do mundo. Um país de classe média sólida e empreendedora. Uma democracia vibrante e moderna. Plena de compromisso social, liberdade política e criatividade.”

Presidenta Dilma no discurso de posse na Câmara dos Deputados, 1º de janeiro de 2011

PALAVRA DO POVO

"Mudanças sociais, mesmo, somente testemunhei de 12 anos para cá, quando finalmente, com muita alegria, pude ver o cidadão mais pobre indo ao supermercado comprar, estudar, cursar faculdade, trabalhar, adquirir casa e carro próprios etc. Em resumo, vi o cidadão antes alijado socialmente obter sua dignidade. Sem Lula e Dilma, creio que isso seria impossível. Peço a Deus que esse governo continue, pois na verdade é o povo brasileiro quem estará ganhando e nós não podemos retroceder à miséria e àquela forma moderna de escravidão. Não sou beneficiário do Bolsa Família, mas gosto demais desse importante programa social, que veio para tirar o brasileiro mais pobre da fome, brasileiro este que havia sido, de uma forma ou de outra, impedido de estudar, de ter dignidade. A minha conquista foi poder ter visto este Brasil melhor!"

Adair Carneiro Trindade, de Vacaria/RS

"Quando Lula chegou ao governo, minha família vivia abaixo da linha da pobreza, éramos miseráveis. Hoje, estudo Direito pelo Prouni, comprei um apartamento através do Minha Casa Minha Vida e acabei de passar num concurso para a Caixa Econômica Federal... O maior legado de Lula e Dilma é possibilitar que as pessoas acreditem em si mesmas."

Verônica de Oliveira Lima, estudante de Governador Valadares/MG

"A elite brasileira acha que quando a pessoa é pobre espera tudo pelo governo, o que não é verdade, eu sou prova disso. Tenho orgulho de falar que precisei sim do governo para iniciar meus estudos, mas hoje, posso pagar por eles e fico feliz por isso."

Andréia Oliveira, de Penápolis/SP

A nova classe C


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Ascensão social tirou milhões de brasileiros da invisibilidade e criou mercado de consumo de massa no Brasil

De 2003 a 2015, a mobilidade social no Brasil deixou de acontecer apenas no plano individual para ser um amplo fenômeno social

Com Lula e Dilma, cerca de 44,7 milhões de pessoas finalmente saíram da invisibilidade e passaram a ocupar uma posição de protagonismo na sociedade brasileira. A pirâmide social virou um losango, com o centro ocupado pela maioria da população. Em 2003, a classe C representava 38% da população. Já em 2014, representava 56,8%.

O fortalecimento da classe C mudou o Brasil. Em pleno processo de emancipação, ela já não podia ser ignorada pelas políticas públicas nos três níveis de governo, nem pelos que elaboram as estratégias empresariais, comerciais e publicitárias. Praticamente todos os setores da economia e esferas governamentais tiveram de adaptar-se às necessidades de uma parcela da população que, durante os governos Lula e Dilma, conquistou espaço e poder de compra.

Novos consumidores fortaleceram economia nacional, protegendo o País contra as crises europeia e norte-americana

Só o comércio varejista gerou mais de 8,5 milhões de empregos formais durante os governos do PT

Para tornar a produção nacional menos dependente dos humores da economia mundial, foram adotadas políticas econômicas e sociais que ampliaram o mercado consumidor no Brasil, possibilitando o acesso de milhões de brasileiros a bens de consumo. Dados do IBGE comprovaram que o volume de vendas do comércio varejista dobrou nos governos petistas. O segmento gerou mais de 8,5 milhões de empregos formais, de acordo com dados do Ministério do Trabalho.

A nova classe C passou a ser formada por milhões de brasileiros que entraram no mercado formal de trabalho na última década. Eram operários da construção civil, comerciários, motoristas, porteiros, manicures, empregadas domésticas, motoboys. Eles passaram a ser os novos consumidores brasileiros. Nas palavras do professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, João Sicsú, autor do livro “Dez anos que abalaram o Brasil - E o Futuro?” (Ed. Geração), é “gente que migrou para o Sudeste de ônibus e hoje volta ao Nordeste para visitar seus parentes de avião”.

Mais de 44 milhões de brasileiros ascenderam à classe C com Lula e Dilma. Muitos conquistaram vaga no mercado formal de trabalho e tiveram oportunidades de progredir na vida que foram negadas a seus pais. Foto: Marcelo Curia/MDS

Mais de 44 milhões de brasileiros ascenderam à classe C com Lula e Dilma. Muitos conquistaram vaga no mercado formal de trabalho e tiveram oportunidades de progredir na vida que foram negadas a seus pais. | Foto: Marcelo Curia/MDS

No mesmo livro, o economista João Sicsú, constata que em 2003, o mercado de consumo brasileiro era sustentado por 45,2% da nossa população, ou seja, as classes de renda mais altas: A, B e C. As classes D e E possuíam baixa capacidade de compra, com baixo impacto no consumo nacional. Em 2011, o percentual da população que passou a sustentar o mercado de consumo aumentou para 67,8%, e em 2014 chegou a 73,0% da população.

Foi este significativo aumento do mercado de consumo interno que possibilitou ao Brasil enfrentar a crise internacional de 2008/2009. Essa nova classe C, que ganhou 44,7 milhões de novos integrantes entre 2003 e 2015, foi a grande impulsionadora do mercado de consumo interno do Brasil, um canal robusto do novo desenvolvimento econômico do país. Estes novos consumidores geraram compras, produção, investimentos e milhões de empregos.

Um Brasil para todos

Entre 2003 e 2015, a qualidade de vida melhorou e os eletrodomésticos passaram a fazer parte da vida da população

Os governos de Lula e Dilma deixaram para trás o privilégio de apenas um terço dos brasileiros viajarem. Passear ou viajar de avião para visitar os parentes que moram longe passou a ser um direito e uma rotina para a maioria da população. Nunca se viajou e se comprou tanto no Brasil. Levantamento realizado pelo Instituto Data Popular indicou que a nova classe C chegou a ser responsável por 78% das vendas dos supermercados, 60% do faturamento nos salões de beleza e 70% das compras com cartão de crédito.

Com Lula e Dilma grande parte da população mais pobre conseguiu comprar uma geladeira nova, um fogão ou um forno micro-ondas. Os eletrodomésticos passaram a fazer parte da vida da população e simbolizaram o quanto a qualidade de vida melhorou entre 2003 e 2015. Segundo a PNAD/IBGE, em 98,8% dos domicílios particulares permanentes investigados em 2015 havia fogão. Nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, os percentuais dos que tinham esse bem superaram 99%.

A pesquisa confirmou o avanço na posse de alguns bens duráveis de 2003 para 2015, tais como: geladeira (de 91,4% para 97,8%); máquina de lavar roupa (de 38,1% para 61,1%) e televisão (de 89,9% para 97,1%). Em 2015, havia 31,2 milhões de domicílios onde ao menos um morador possuía carro para uso pessoal, representando 45,8% do total de unidades domiciliares.

Acesso à Internet

Até 2016, 116 milhões de pessoas estavam conectadas

Em 2015, aproximadamente 102 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade declararam ter acessado à Internet no país nos últimos três meses anteriores à data da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2015), contra 95,4 milhões no ano anterior, assinalando um avanço de 7,1% (6,7 milhões de novos internautas) no intervalo de um ano. Em 2016, o IBGE indicou que 116 milhões de pessoas estavam conectadas à internet, o equivalente a 66,1% da população com idade acima de 10 anos.

Telefone celular

136,2 milhões de pessoas possuíam telefone celular até 2016

Em 2002, 61,6% da população tinha telefone fixo ou celular. Já em 2012, foram contabilizados no país 122,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade que possuíam telefone móvel celular para uso pessoal. Esse contingente de usuários cresceu em 2016, quando o IBGE apontou que 77,9% da população brasileira acima de 10 anos possuíam telefone celular, contabilizando 136,2 milhões de pessoas.

O círculo virtuoso da ascensão social

Acesso democrático ao ensino superior possibilitou a qualificação profissional

Com a renda familiar crescendo durante os governos progressistas, os jovens puderam permanecer estudando mais tempo, preparando-se para entrar no mercado de trabalho mais tarde, porém em melhores condições. Com as inúmeras possibilidades, o diploma de um curso superior tornou-se um sonho possível, afinal 75% dos jovens trabalhadores do país estudaram mais do que seus pais, segundo levantamento do Instituto Data Popular. Com as bolsas de estudo do Programa Universidade para Todos, o Prouni, a facilidade de financiamento do Fies e o sistema de cotas, o número de matrículas em cursos superiores duplicou, multiplicando também a perspectiva de uma nova geração de profissionais qualificados no mercado de trabalho capazes de tornar o crescimento sustentável.

Presidente Lula ao lado de Solange Aparecida Ferreira de Campos, primeira bolsista do ProUni, e Sérgio Custódio, presidente do Movimento dos Sem-Universidade, durante o ato de assinatura do programa. Foto: Ricardo Stuckert

Presidente Lula ao lado de Solange Aparecida Ferreira de Campos, primeira bolsista do ProUni, e Sérgio Custódio, presidente do Movimento dos Sem-Universidade, durante o ato de assinatura do programa. | Foto: Ricardo Stuckert

Infraestrutura social


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Investimento em infraestrutura social melhorou qualidade de vida das classes emergentes

Com a casa própria, as pessoas que melhoraram de vida tiveram menos riscos de voltar a viver em favelas

Toda mobilidade social gerada pela combinação de desenvolvimento econômico com programas de transferência de renda e políticas de inclusão poderia ser inútil sem os investimentos em infraestrutura social para tornar sustentável tudo o que foi conquistado.

Com facilidade de financiamento para a casa própria, aqueles que finalmente melhoraram de vida tiveram menos riscos de voltar a viver em favelas. Os investimentos em saneamento preveniram as doenças que precisavam virar coisa do passado, a energia elétrica ajudou a gerar as mercadorias que precisavam de estradas, portos, trens ou aeroportos para garantirem o futuro de todos.

Moradia digna para milhões de brasileiros

Minha Casa, Minha Vida beneficiou cerca de 10 milhões de pessoas

O maior programa de habitação da história do Brasil foi o mais bem sucedido. Com o Minha Casa, Minha Vida multiplicaram-se os investimentos em moradia e o déficit habitacional no país diminuiu, um problema que parecia insolúvel porque nunca havia sido enfrentado.

Do início do programa, em 2009, até maio de 2016, foram contratadas 4,2 milhões de moradias e entregues 2,7 milhões - em 96% dos municípios brasileiros-, beneficiando cerca de 10 milhões de pessoas. O Minha Casa, Minha Vida surgiu para suprir uma deficiência de mais de 30 anos sem política federal de habitação no Brasil.

Com o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, vieram também o desmonte das políticas de habitação e o corte dos investimentos. Os recursos do Orçamento Geral da União (OGU) aplicados no programa Minha Casa, Minha Vida foram reduzidos em 95% entre 2015 e 2021, passando de R$ 28,4 bilhões em valores corrigidos para 2021, para R$ 1,5 bilhão no novo programa (Casa Verde e Amarela). Em 2022, o valor inicialmente previsto no orçamento era de R$ 1,2 bilhão, mas com o corte de 23%, passou para R$ 929 milhões, uma redução de 43% em comparação com 2021. Já para 2023, o governo Bolsonaro separou o menor valor da história, após um corte de 91%: R$ 81 milhões, o que na prática significa o fim do programa.

O programa Minha Casa Minha Vida foi responsável por diminuir o déficit habitacional no Brasil. Foto: Marco Peron/Caixa

O programa Minha Casa Minha Vida foi responsável por diminuir o déficit habitacional no Brasil. | Foto: Marco Peron/Caixa

Investimento recorde rompeu apagão do saneamento básico

Nos governos progressistas, tubulações de esgoto chegaram a pequenos municípios

Os especialistas no assunto são praticamente unânimes em dividir a história do saneamento básico no Brasil em duas eras: antes e depois do governo Lula. Antes, era comum escutar gestores públicos dizerem que “não valia a pena gastar dinheiro em obras que ficam embaixo da terra e ninguém vê”. Um ditado perverso, transformado em verdade por quem não estava nem aí para a saúde do povo. Com Lula e Dilma, os investimentos foram retomados e chegaram a pequenos municípios cujos habitantes sequer sonhavam em ver as ruas abertas para receber as tubulações de esgoto.

Plano Nacional de Saneamento Básico

No governo Dilma, o Plano Nacional de Saneamento Básico, que entrou em vigor em 2013, previa investimentos de R$ 508 bilhões para os próximos 20 anos.

Energia elétrica passou a iluminar vidas no interior do Brasil

15,9 milhões de brasileiros saíram da escuridão com o Luz Para Todos

O Luz para Todos, criado em 2003, mudou a vida nos sertões e nas florestas brasileiras. Ao assegurar o acesso à luz elétrica para 15,9 milhões de brasileiros, o programa permitiu que as famílias do campo pudessem, além de ter direito ao conforto do século XXI que lhes parecia distante, investir em trituradores de ração, sistemas de irrigação ou freezers para conservar carnes e pescado. O programa iniciado logo no começo do governo Lula, quando Dilma era a ministra das Minas e Energia, mudou a vida no interior do Brasil. O acesso à energia elétrica para as famílias de menor renda, os 5% mais pobres das regiões Norte e Nordeste, por exemplo, aumentou de 81,3% em 2002 para 98,6% em 2015.

Programa Luz para Todos

Com o Luz Para Todos, 3,3 milhões de famílias foram beneficiadas e cerca de 15,9 milhões de brasileiros e brasileiras foram atendidos. Até 2016, foi usado mais de 1,2 milhão de transformadores e mais de 8,3 milhões de postes, além do uso de 1,6 milhão de km de cabos elétricos, o que equivaleria a 40 voltas ao redor da Terra.

O maior volume de investimentos em infraestrutura de transporte da história

Recursos permitiram a construção ou expansão de corredores de ônibus, metrôs, BRTs e VLTs

Para ir ao trabalho, para visitar parentes, para passear ou para levar mercadorias. O fato é que nunca os brasileiros circularam tanto quanto nos governos Lula e Dilma. Para que isso pudesse acontecer com mais conforto, segurança e em menos tempo, os governos do PT realizaram o maior volume de investimentos em infraestrutura de transporte da história do país. Depois de reformar dezenas de aeroportos, duplicar milhares de quilômetros de rodovias e construir novas ferrovias, o transporte coletivo nas grandes cidades mudou completamente com as linhas de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), corredores de ônibus e metrô.

Em junho de 2013, a presidenta Dilma anunciou o Pacto da Mobilidade, que disponibilizava então mais R$ 50 bilhões em investimentos no setor nas principais cidades e regiões metropolitanas brasileiras. Governos de Estados e Prefeituras foram convidados a apresentar projetos na área, que passaram por análise e seleção.

No total, os governos de Lula e Dilma ofereceram R$ 288 bilhões, em valores atualizados para fevereiro de 2022, para que municípios e estados pudessem melhorar as condições do transporte coletivo urbano em seus grandes centros. Foram investimentos que permitiram a construção ou expansão de modais como corredores de ônibus, metrôs, BRTs e VLTs (Veículo Leve sobre Trilhos).

Após o golpe de 2016, houve redução brusca dos investimentos em mobilidade urbana, além do cancelamento de 55 projetos selecionados pelo PAC, no valor total de R$ 15 bilhões.

Com as linhas de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), o transporte coletivo nas grandes cidades brasileiras mudou completamente. Foto: André Motta

Com as linhas de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), o transporte coletivo nas grandes cidades brasileiras mudou completamente. | Foto: André Motta

Mais renda


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Com Lula e Dilma, renda per capita cresceu mais no Nordeste, nos meios rurais e para pretos e pardos

Melhoria na vida dos brasileiros andou sempre acompanhada da preocupação do governo federal com as desigualdades

Os grupos sociais menos favorecidos foram os que tiveram maior ganho de renda nos governos Lula. Entre 2001 e 2011, a renda per capita mediana no Nordeste cresceu mais que a do Sudeste (72,8% contra 45,8%); a renda nos rincões rurais subiu mais que nas metrópoles (85,5% contra 40,5%); e a renda dos pretos e pardos aumentou mais que a dos brancos (66,3% e 85,5% contra 47,6%), de acordo com o estudo "A Década Inclusiva (2001-2011): Desigualdade, Pobreza e Políticas de Renda", produzido pelo Ipea.

Depois, com a eleição de Dilma Rousseff, os avanços continuaram. Entre 2011 e 2013, o rendimento dos brasileiros cresceu, em média, 5,3% ao ano: de 2011 a 2012, o crescimento médio da renda foi de 7,8%; de 2012 a 2013, 2,8%. E a melhoria geral na vida dos brasileiros andou sempre acompanhada da preocupação do governo federal com as desigualdades. O resultado foi que até 2015 a renda dos 40% mais pobres já havia crescido 58,6%, quase quatro vezes mais que a dos 10% mais ricos, que aumentou 16,4%.

Todos os segmentos sociais tiveram melhorias durante os 13 anos de governos progressistas. A novidade foi justamente o abismo entre ricos e pobres sendo finalmente reduzido e os grupos sociais historicamente marginalizados conquistando mais oportunidades e ampliando suas condições de melhorar de vida.

Marca dos governos Lula e Dilma, o combate às desigualdades sofreu um duro revés com o golpe de 2016. Até 2015, a renda dos mais pobres crescia mais do que a dos ricos. Entre 2017 e 2018, o rendimento dos 10% mais ricos teve alta de 4,1%, enquanto os 40% mais pobres tiveram queda de 0,8%, revela levantamento do IBGE. Com o crescimento na desigualdade de rendimentos em 2018, o Brasil alcançou o maior índice da série histórica da Síntese de Indicadores Sociais, iniciada em 2012.

Rendimento médio das empregadas domésticas cresceu entre 2003 e 2013

Aumento da categoria foi de 5% ao ano

As empregadas domésticas foram uma das classes com maior aumento de renda no período 2003-2013. O rendimento médio da categoria aumentou 5% ao ano. A comparação entre os salários de dezembro de 2013 e de dezembro de 2012 mostra uma escalada ainda maior na renda da categoria. De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE para as seis maiores regiões metropolitanas do país: alta de 8,2%, com aumento do rendimento para R$ 843. Nessa mesma comparação, a renda média geral do país subiu 3,2%.

Inclusão social aumentou poder de compra: todos saíram ganhando

Entrada de milhões de brasileiros no mercado de trabalho também auxiliou na queda da desigualdade

A redução das desigualdades foi positiva para todos os segmentos sociais. Com a inclusão de milhões de brasileiros e brasileiras no mercado de trabalho formal e o aumento do poder de compra da população, todos saíram lucrando. Isso foi exatamente o contrário do que aconteceu na última vez em que a desigualdade havia caído, na década de 1980. Naquele tempo, a recessão econômica fez com que todos perdessem.

Emprego recorde, salário mínimo forte e Bolsa Família impulsionaram melhoria de renda dos mais pobres

Aumento do salário mínimo foi de 77,2% em termos reais

O aquecimento do mercado de trabalho iniciado com o governo Lula teve efeito positivo na renda do trabalhador e da trabalhadora. Entre 2002 e 2015, o rendimento médio do trabalho das pessoas de 15 anos ou mais cresceu 38%. A política de fortalecimento do salário mínimo foi a principal ação para a ampliação da renda do trabalho e a redução das desigualdades. O reajuste garantia a reposição total da inflação mais o crescimento do PIB de dois anos anteriores. Dessa forma, o salário mínimo aumentou 77,2% em termos reais nos 13 anos de governos progressistas.

Mercado de trabalho aquecido e ganhos reais de salário aumentaram o peso da massa salarial em relação ao PIB. Foto: André Gomes de Melo

Mercado de trabalho aquecido e ganhos reais de salário aumentaram o peso da massa salarial em relação ao PIB. | Foto: André Gomes de Melo

O emprego cresceu em ritmo muito mais acelerado do que a nossa população em idade para trabalhar. Com esse aumento, quem estava no desalento, sem acreditar que poderia encontrar um emprego, voltou a procurar. E quem procurou, teve mais facilidade em encontrar. O resultado foi a redução drástica do desemprego, que passou de 10,5% no final de 2002 para 4,3% em 2014.

Já entre 2003 e 2015, 19,3 milhões de empregos formais foram criados. Foram 1,5 milhão de empregos por ano. Isso nunca tinha acontecido nos mais de 500 anos da história do Brasil.

O Bolsa Família foi outra ação que pesou muito no processo de redução das desigualdades no Brasil. Criado pelo governo Lula, o maior programa de transferência de renda do mundo beneficiou principalmente mulheres (93% dos titulares dos cartões do programa), pardos e pretos (73%) e nordestinos (51%). Esses mesmos grupos sociais foram os mais afetados pelos retrocessos que assolam o país desde o golpe que levou ao impeachment de Dilma – uma verdadeira traição contra o povo brasileiro.

Depois de 2016, e principalmente com o governo de Bolsonaro, o Bolsa Família passou a ser alvo constante de ameaças, inclusive com ataques e ofensas aos beneficiários do programa. Já em 2017, o Bolsa Família sofreu uma drástica redução de mais de 1 milhão de beneficiários, que só foi revertida por enfática pressão e denúncia da oposição.

Depois, na proposta de orçamento para 2019, o governo cortou metade dos recursos do programa, também recompostos depois da repercussão negativa. Em novembro de 2019 o benefício foi pago a apenas 13,2 milhões de famílias – segundo menor volume registrado nos últimos oito anos, à frente apenas de julho de 2017, quando 12,7 milhões de famílias receberam o benefício. Enquanto os cortes aumentam e os repasses diminuem, a população, cada vez mais enfrenta o desemprego, a inflação alta, o retorno à fome e à pobreza, e cada vez mais, sofre.

Em 2021, o programa foi extinto por Jair Bolsonaro sem debate com entidades e representantes da sociedade civil e substituído pelo Auxílio Brasil, que promove uma distorção causada pelas regras que concedem o mesmo valor para famílias numerosas ou para famílias unipessoais. Em 2022, o número de famílias com apenas uma pessoa mais do que dobrou, passando de 2,2 milhões em outubro de 2021 para 4,9 milhões em agosto de 2022. Hoje uma pessoa que mora só recebe o mesmo valor que uma família de seis pessoas.

A queda das desigualdades regionais

Crescimento da renda domiciliar ocorreu em todo o Brasil, mas foi mais intenso nas regiões de menor renda

Era inevitável que as políticas que resultaram na redução da distância entre ricos e pobres tivessem como consequência a queda nas disparidades entre as regiões brasileiras. Afinal, é no Nordeste, no Norte e no Centro-Oeste que vive a maior parte da população pobre do país.

Mas não foi só por isso que, desde 2002, essas regiões passaram a ter maior peso na economia brasileira. Os investimentos em infraestrutura também foram decisivos para que os estados dessas regiões aumentassem sua participação no PIB e a desigualdade de renda caísse em 80% dos municípios brasileiros entre 2000 e 2010. Prova disso é que o crescimento da renda domiciliar per capita ocorreu em todo o país, mas foi mais intenso justamente nas regiões de menor renda. No Nordeste, esse aumento foi de 2,9% ao ano, 65% acima da média nacional.

Considerando somente as fontes relacionadas ao trabalho, também observamos redução das desigualdades regionais. No Nordeste, a renda do trabalho expandiu-se, em média, 3,3% ao ano, acima dos 2,1% registrados no Brasil no mesmo período.

Todo esse esforço levou a classe média a superar o número de pobres no Nordeste – única região em que esses ainda eram maioria. Em 2012, 23,9 milhões de pessoas estavam na chamada classe C, enquanto outras 23,7 milhões se encontravam na D e E, segundo dados da Pnad. Em 2014, o Nordeste concentrou 26% da classe C no País.

As políticas de inclusão social dos governos progressistas ajudaram a diminuir a desigualdade entre as regiões brasileiras. Foto: Tamires Kopp/MDS

As políticas de inclusão social dos governos progressistas ajudaram a diminuir a desigualdade entre as regiões brasileiras. | Foto: Tamires Kopp/MDS

Acesso a políticas públicas


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Índices internacionais comprovam forte queda da desigualdade nos anos Lula e Dilma

Acesso à educação, à saúde e ao emprego ajudou o país a promover a inclusão

O comparativo da variação da renda entre as diferentes classes é um instrumento muito importante para medir a desigualdade de um país, mas há outros avanços sociais que repercutem diretamente sobre a distância de oportunidades entre os ricos e os grupos de menor poder aquisitivo. E nessas áreas os governos Lula e Dilma também fizeram a diferença, ampliando o acesso à educação, à saúde, ao emprego e ao crédito.

Índice de Gini confirma redução dos abismos sociais

Valorização do salário e programas de transferência de renda dos governos Lula e Dilma foram decisivos

O Índice de Gini é uma medida de desigualdade de renda que varia entre 0 e 1 – quanto mais próximo de zero o resultado, mais igualitária é a sociedade. A evolução do índice entre 2002 e 2015 comprova a queda contínua da desigualdade no Brasil.

Foi o contrário do que aconteceu na década de 90, quando a concentração de renda chegou a aumentar em pelo menos duas ocasiões. E não basta a economia crescer para a desigualdade cair. Na Rússia, China e Índia, por exemplo, países que formam com o Brasil o bloco dos “emergentes”, o crescimento econômico gerou mais desigualdade, segundo levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Aqui, a valorização dos salários dos trabalhadores mais pobres e os programas de transferência de renda dos governos Lula e Dilma foram decisivos para a redução do abismo social confirmado por essa fórmula usada mundialmente.

Após o golpe que tirou Dilma da Presidência, a pobreza e a desigualdade voltaram a crescer, revertendo o padrão dos anos Lula e Dilma. Depois de atingir a menor diferença entre os mais pobres e os mais ricos em 2015, com o golpe, os ricos voltaram a ficar cada vez mais ricos, e os pobres, mais pobres.

Gráfico

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Geração de empregos, aumento de salários e transferência de renda elevaram IDH

Índice brasileiro chegou a 0,756 em 2015

Empregos, salários e o Bolsa Família interromperam o ciclo de pobreza e miséria de famílias que, a partir da eleição de Lula, puderam comprar, comer bem, viver melhor e fazer planos para o futuro.

Os investimentos em políticas de prevenção e iniciativas como a Estratégia Saúde da Família foram fundamentais para a garantia de uma vida melhor e mais longa para milhões de pessoas que jamais tinham passado sequer por uma consulta médica. O esforço para garantir todas as crianças na escola e os programas de alfabetização de adultos criaram novas perspectivas para o futuro dos brasileiros e brasileiras pobres.

A presença das crianças de famílias de baixa renda em sala de aula na série exata para sua idade é um dos mais importantes critérios de medição de inclusão social. Foto: Eduardo Aigner/MDS

A presença das crianças de famílias de baixa renda em sala de aula na série exata para sua idade é um dos mais importantes critérios de medição de inclusão social. | Foto: Eduardo Aigner/MDS

Tudo isso impulsionou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Em 2015, o IDH brasileiro chegou a 0,756 (quanto mais perto de 1, melhor).

“Gasto” não; investimento no social

No governo Lula, de cada quatro reais gastos no país, um estava vinculado diretamente à economia social

Era comum parte das elites econômicas do país criticar os governos do PT pelo que classificavam como “gastança” do governo federal. Nos tempos de Lula, porém, o que eles não diziam era que, na verdade, estavam mesmo incomodados com os investimentos em políticas sociais, porque foi para lá que os recursos federais migraram a partir de 2003. O que era visto como gasto, na realidade, foi investimento nas pessoas para reduzir o fosso das desigualdades no país e abrir as portas das oportunidades de ascensão para todos.

Ao final do governo Lula, o investimento social agregado se aproximou de 23% do PIB, quase 10 pontos percentuais a mais do verificado em 1985 (13,3%). Ou seja, de cada quatro reais gastos no país, um estava vinculado diretamente à economia social. Foi uma verdadeira revolução econômica que transformou o Brasil para melhor.

No governo Lula, o investimento social per capita cresceu 6,9% ao ano, contra os 3,7% anuais registrados entre 1995 e 2002. A capacidade do Estado brasileiro de investir em políticas sociais não foi comprometida pela crise internacional de 2008-2009, e o gasto social per capita seguiu sua trajetória crescente e contínua.

Os investimentos sociais continuaram sendo prioridade com Dilma. Em 2011, o Ipea parou de divulgar a série sobre os valores destes investimentos. No entanto, um estudo da Secretaria do Tesouro Nacional divulgado em 2016, com metodologia diferente do estudo do IPEA, revelou que o investimento social federal mais do que triplicou entre 2002 e 2014, passando de R$ 112,2 bilhões para R$ 343,3 bilhões, ao passo que a proporção da população classificada como pobre reduziu cerca de 10 pontos percentuais.

Governos Lula e Dilma distribuíram renda, reduziram a desigualdade e promoveram a ascensão social de milhões de pessoas. Foto: MDS

Governos Lula e Dilma distribuíram renda, reduziram a desigualdade e promoveram a ascensão social de milhões de pessoas. | Foto: MDS

Brasil avançou a passos largos rumo aos Objetivos do Milênio da ONU

Com Lula e Dilma, país eliminou a fome, reduziu a pobreza extrema e derrubou a mortalidade infantil

Empregos, salários e o Bolsa Família interromperam o ciclo de pobreza e miséria de famílias que, a partir da eleição de Em 2000, os 191 países que formam a Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceram oito metas que deveriam ser alcançadas por todos até 2015. Essas metas receberam o nome de Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Desde 2003, o Brasil conseguiu alcançar e até ultrapassar com certa folga muitos desses objetivos. Para isso, os governos de Lula e Dilma garantiram e aumentaram os investimentos em políticas de inclusão, melhorando o acesso a serviços de saúde e educação, além do aumento da renda. Por isso, o país eliminou a fome, reduzindo a pobreza extrema, derrubou a mortalidade infantil e promoveu políticas de valorização da mulher e de combate à epidemia de HIV/Aids que se tornaram referências mundiais e foram adotadas por dezenas de outros países da América Latina, África e Ásia por recomendação da própria ONU.

Mais crianças na escola e estudando por mais tempo

País cumpriu a meta de eliminar as disparidades de gênero no sistema de ensino

Universalizar a educação básica: foi com esse objetivo que os governos Lula e Dilma desenvolveram e efetivaram tantas políticas públicas na Educação. O resultado desse esforço foi que em 2016 a taxa de escolarização de crianças de seis a 14 anos de idade chegou a 99,2%.

Os números gerais na taxa de escolarização já chamam atenção, mas ficam ainda mais impressionantes com a inclusão dos mais pobres e de negros, parcelas historicamente excluídas das políticas de educação.

Além disso, a distorção idade-série, fator responsável por boa parte do abandono escolar entre jovens, ficou cada vez menor, e o Brasil cumpriu a meta de eliminar as disparidades de gênero no sistema de ensino, com o número de meninas matriculadas maior do que o de meninos na mesma condição.

Crianças brasileiras como Andriele da Rosa Silva, filha de uma beneficiária do Bolsa Família de Novo Hamburgo (RS), passaram a entrar cada vez mais cedo na escola e sair cada vez mais tarde. Foto: Marcelo Curia/MDS

Crianças brasileiras como Andriele da Rosa Silva, filha de uma beneficiária do Bolsa Família de Novo Hamburgo (RS), passaram a entrar cada vez mais cedo na escola e sair cada vez mais tarde. | Foto: Marcelo Curia/MDS

Brasil se tornou modelo internacional de avanços em Saúde

País reduziu as taxas de mortalidade infantil, de mortalidade por tuberculose e mortalidade materna

Poucos países tiveram um desempenho tão bom em saúde quanto o Brasil nos governos de Lula e Dilma. Mais do que alcançar os Objetivos do Milênio antecipadamente nesta área, o país se tornou referência com políticas e práticas que, segundo a ONU, deveriam ser copiadas ou replicadas pelos demais países em desenvolvimento. Um bom exemplo disso foi a taxa de mortalidade infantil: a meta de 15,7 por mortes por 1.000 nascidos vivos, estipulada para 2015, foi alcançada quatro anos antes.

O Brasil reduziu a taxa de mortalidade por tuberculose de 3,0 óbitos por 100 mil habitantes em 2002 para 2,2 em 2016, indicador que se mantém nesse patamar até 2021. A estratégia brasileira de combate ao HIV/AIDS serviu de modelo para outros países, enquanto a incidência de doenças evitáveis por vacina alcançou importante queda. Para citar alguns exemplos, entre 2001 e 2015 a incidência de difteria em menores de 5 anos caiu 95%; o número de casos de tétano neonatal e de rubéola congênita foram reduzidos a zero.

A mortalidade materna (número de óbitos por 100 mil nascidos vivos) diminuiu 13% nesse mesmo período. Entre 1990 e 2015 a diminuição na razão de mortalidade materna no Brasil foi de 143 para 62 óbitos maternos por mil nascidos vivos, o que representou uma queda de 57%.

A vacinação rotineira de mais de 95% das crianças brasileiras foi um dos fatores que possibilitaram ao Brasil antecipar em cinco anos as metas de redução da mortalidade infantil. Foto: Manu Dias/Secom Gov.Ba

A vacinação rotineira de mais de 95% das crianças brasileiras foi um dos fatores que possibilitaram ao Brasil antecipar em cinco anos as metas de redução da mortalidade infantil. | Foto: Manu Dias/Secom Gov.Ba

Desmonte


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Bolsonaro e Temer agravaram problemas sociais

Enfraquecimento de programas de transferência de renda e corte orçamentário em áreas sociais aumentaram a concentração de renda do país

O golpe de 2016 tornou-se um marco não apenas pela ruptura de quase uma década e meia de fortalecimento das instituições democráticas, mas sobretudo por dar início a um novo modelo de governar: se com Lula e Dilma a prioridade era combater as desigualdades sociais, com Temer e Bolsonaro, as políticas voltadas para o favorecimento das elites ditaram o ritmo de desmonte e retrocessos das políticas públicas.

O retrocesso mais alarmante aconteceu em 2018, com Temer, quando o Brasil voltou ao Mapa da Fome quatro anos após ter saído. Nos anos seguintes, já com Bolsonaro, a situação se agravou. Uma das explicações, segundo especialistas, é a destruição dos programas de segurança alimentar. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), entre 2014 e 2016 cerca de 3,9 milhões sofriam com a fome, e entre 2018 e 2020 o problema passou a atingir 7,5 milhões de brasileiros.

Um outro levantamento, da Rede Penssan, o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, mostrou que a Insegurança Alimentar Grave atingiu, no final do ano de 2021 e início de 2022, 33,1 milhões de pessoas, quase o dobro em comparação com o ano de 2020 (19,1 milhões de pessoas). Nessa mesma pesquisa, o indicador era de 10,1 milhões de pessoas com Insegurança Alimentar Grave em 2018, último ano do governo Temer. O governo Bolsonaro mais do que triplicou esse número, que já era ruim para um país que tinha saído do Mapa da Fome poucos anos antes.

O enfraquecimento de programas de transferência de renda e o corte orçamentário em áreas sociais aumentaram a concentração de renda do país. De acordo com relatório sobre riqueza global produzido pelo banco Credit Suisse: em 2020, quase a metade da riqueza do Brasil foi para as mãos da parcela dos 1% mais ricos da população: 49,6%. No ano anterior, o primeiro da gestão bolsonarista, eles detinham 46,9%.

O estudo “A Conta do Desmonte – Balanço Geral do Orçamento da União”, produzido pelo Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), não deixa dúvidas sobre o desastre social promovido pela gestão bolsonarista. Nos três primeiros anos da gestão, os recursos para enfrentar a Covid-19 caíram 79% em 2021 em comparação com 2020. A saúde perdeu R$ 10 bilhões em termos reais entre 2019 e 2021; a habitação social não assentou um tijolo sequer no período; e a área de assistência para crianças e adolescentes perdeu R$ 149 milhões entre 2019 e 2021, o equivalente a 39% do que foi gasto em 2021.

No final do ano de 2021 e início de 2022, a Insegurança Alimentar Grave atingiu 33,1 milhões de pessoas no Brasil. Foto: Elineudo Meira

No final do ano de 2021 e início de 2022, a Insegurança Alimentar Grave atingiu 33,1 milhões de pessoas no Brasil. | Foto: Elineudo Meira

O que é o Índice de Gini?

Desenvolvida pelo italiano Corrado Gini, essa é uma medida internacional da desigualdade de distribuição de renda. O índice varia entre 0 e 1, sendo zero a completa igualdade de renda e um a desigualdade total. Se em 1990 o Brasil atingiu o nível mais próximo do 1 (0,607), nos últimos anos tivemos uma grande queda, chegando a 0,526 em 2012 – o menor índice histórico. Isso indica uma redução na desigualdade social.

O que é o IDH?

Criado em 1990, o Índice de Desenvolvimento Humano leva em consideração a expectativa de vida ao nascer, educação e PIB per capita para classificar o país com relação ao seu desenvolvimento. Ele varia entre 0 e 1, sendo 1 o mais desenvolvido. Para calcular os índices relativos à educação, o IDH utiliza a taxa de alfabetização (peso 2) e a taxa de escolarização. O PIB per capita, por sua vez, leva em conta o dólar PPC, que indica o poder de compra de cada país, diminuindo as diferenças entre os custos de vida de um lugar para outro. Já a longevidade, aponta as condições de saúde do local. Neste índice, o Brasil também cresce: em 1980, nosso IDH era 0,549; em 2000, 0,665; e em 2012, chegamos a 0,730.

Como o Brasil atuou com relação aos objetivos do milênio?

Os objetivos do milênio foram metas estabelecidas em 2000 pelos 191 países da Assembleia Geral das Nações. Ao todo foram 8 objetivos específicos que cada país devereia alcançar até 2015, buscando atingir uma meta global. Nos governos progressistas, o Brasil atingiu praticamente todos eles. As metas gerais eram: 1) erradicar a extrema pobreza e a fome; 2) universalizar a educação primária; 3) promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; 4) reduzir a mortalidade na infância; 5) melhorar a saúde materna; 6) combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças; 7) garantir a sustentabilidade ambiental; e 8) estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento. No objetivo número 1, o Brasil precisava reduzir a extrema pobreza a um quarto do que tínhamos em 1990. Com o Brasil Sem Miséria e o Bolsa Família, exemplos mundiais, a queda foi 5 vezes mais rápida que o previsto. No ODM 2, tivemos uma taxa de escolarização de 97,7% e de alfabetização de 98,7%. Com Lula e Dilma, as mulheres foram cada vez mais autônomas no Brasil: houve evolução na sua representação no poder e não há desigualdade nas taxas de pobreza extrema entre os gêneros. O quarto índice, cumprimos com 4 anos de antecedência - reduzimos em dois terços a mortalidade na infância. A saúde materna também melhorou: quase todas as gestantes fizeram ao menos uma consulta pré-natal em 2011. No combate ao HIV/Aids e outras doenças somos exemplo mundial, com tratamento universal e gratuito que levou a mortalidade dos soropositivos ao índice mais baixo da história. No ODM 7, precisávamos reduzir à metade a porcentagem de pessoas sem água e saneamento. O acesso à água potável subiu de 70% em 1990 para 85,5% em 2012 e ao esgotamento sanitário, de 53% para 77% no mesmo período. Ainda reduzimos os desmatamentos e a emissão de substâncias que destroem a camada de ozônio. Para a última das metas, o Brasil participou da Cooperação Técnica no Mercosul, do Projeto C4 na África, do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento, da Cooperação Internacional Descentralizada e de Programas de Estudantes e Convênios de graduação e pós-graduação.